ao relento
uma esperança
dorme
invento
uma nova criança
tento
relembro
aprisionada em tantas questões
rio com lágrimas
não tenho urgência em responder
estou acostumada a esperar
e não acredito na pressa
como convém, falarei
quem vive ou passa por aqui,
já viu os castelos na areia
ou mesmo já os fez, de um jeito ou de outro
quem nunca construiu castelos de areia, ah!
que coloque a primeira pedra e materialize alguma obra
qualquer uma,
digna do homem
e do seu trabalho
qualquer uma, desde que perene
qualquer uma,
ainda que intangível
mas que possa dizer:
rio de janeiro
rio de fevereiro
e rio de março
rio da chuva
impiedosa e brutal
rio das águas
sobre as quais
a cidade se fundou
rio com sal
rio com mar
o rio dos rios
pedacinhos
da cidade fragmentada
miríades de imagens
em mais um outubro a desafiar o rio...
Um comentário:
Esse texto aí estava faz alguns dias e eu nem tinha visto.
Como você sabe, tenho bem pouco feito andanças blogosfera a fora. trabalhjo em ritmo suicida deixa pouco de nós pra nós mesmos.
Mas ele é demais, Márcia!
Infância é sério, é meio assim tristonho, sei lá. Nada infantil.
Rio é curso d'água e também forma do verbo rir.
Com os braços abertos no cartão postal...
São recorrentes as imagens de algum conteudo arquitetônico no que você escreve. Dó pra entender, no seu caso. Fosse você médica, advogada, maestrina, também viriam os respectivos temas correlatos, ora esparsos, ora concentrados. Também há alusão ao texto bíblico.
Achei uma viagem muito interessante essa leitura.
Beijos
Postar um comentário