Em defesa da Lei Maria da Penha!

Em defesa da Lei Maria da Penha!

comer a noite

que me sequestra
me esconde
e me devora

assim como,
como o dia
que me alimenta

como o pão
não sou só
nem uma

sou de trigo milho e arroz
sou do dia
sou toda da noite

sou de lua

pequena amanheço
mas vou crescendo,
me torno plena...

e, [pra você,] sempre nova

cabelo

cabelo

recolho minha indomável cabeleira
em um pequeno anel de borracha preto
e sem pensar lembro da frase

não prende agora não
e lembro do gesto
da mão que se aproxima
lenta e precisa
e repõe desordem na ordem

verão os que ainda não viram
tenho cabelos impossíveis
e sorrisos possíveis

até quando?

voar

voar

podia, sim
mas partir não sei
e sonhei jamais ficar