segunda-feira, 3 de agosto de 2009

o tempo?



o tempo? quem dera...
vamos ver:

levanto cedo, vezes demais cansada
resmungo um pouco, somente um pouco
o mau humor não me veste.

no automático, preparo o café
e como um mantra recito
“café com pão, café com pão, café...”
quase o suficiente pra me deixar feliz,
mas não só –
- meus três amores aqui dormem.

cada corpo adormecido que vou olhar e cobrir
(faz um pouquinho frio, cedinho é inverno no rio de janeiro),
sorri e ressona em seu sonho de dias melhores.

hoje não foi diferente, ouvi o despertador
[como sempre, desde sempre
pensei em todas as rimas com or],
me soltei dos braços do meu amor
e ainda olhos fechados entoei o meu louvor.

pensei no tempo, tomara que dê!
que faça bom tempo, que seja ameno
valem todos os sentidos
amém!

na primeira página do jornal dia desses,
o sol negro, um dos mais longos eclipses deste século,
cobria a meia-lua lá pelos lados do continente asiático,
tão distante de nós...

ah! a felicidade dessa bela efeméride
e logo refiz as pazes com o cansaço de mais uma jornada

mas o tempo, claro,
é o que interessa
terá mesmo faltado?

em todos os meus relógios
tantos são por aqui
vejo o tempo o tempo todo
e por pouco, esbarro no coelho branco e apressado
de alice no país das maravilhas
a correr atrás do tal do tempo...

não, não sonhei
apesar da lua quase cheia

o que vi faltar
foram braços e pernas
e vontades e desejos

o tempo é presente
a escolha será futuro