lembra?
lembra quando você disse
- agora vou virar de lado, encosta em mim
e eu tão feliz obedeci
como é bom colocar o rosto no teu cabelo
os seios roçando as tuas costas
o sexo nas tuas nádegas
pernas entrelaçadas
pés ancorados aos teus
e lentamente
beijar teu pescoço, tuas orelhas
as mãos acariciando todo o teu corpo
e tua pele macia
de cima a baixo
não esqueço o arrepio de prazer
virar-te para mim
e encontrar teus olhos inexplicáveis
ainda sem tradução
- qual esfinge
te traduzo ou te devoro? -
e mais uma vez
te comer
com minha boca gulosa
minha língua sedenta por você
só tua fonte mata a minha sede
meus dentes mordem tua carne quente
e eu bicho no cio
te quero mais
lembra?
lembra sim
adormecer no gozo
no cansaço
no abraço
dos meus braços
e da distante lua crescente
Um comentário:
Que força mnemônica deve ter tido tal momento!
Não seria de se esquecer, não.
É, e de lembrança em lembrança poetizam-se coisas e coisas, casos e casos, sentires e quereres.
Cada leitor terá contrapontos memoráveis na própria vida que incluam pulsares de Eros, claro.
Assim a vida é. Que seja.
Parabéns pelos versos.
Um prazer só, sua leitura.
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